Na manhã de 4 de fevereiro, a Uipa sofreu um ataque inédito em seus quase cento e vinte e dois anos de existência!
Houve arrombamento do portão de seu abrigo, invasão de todas as suas instalações, coleta forçada de sangue dos animais, agressão física à uma funcionária grávida, tentativa de furto de um cão em tratamento, além de falsa imputação de crime de maus-tratos, que foi, prontamente, DESMENTIDA pelos policiais militares que estiveram no local.
Um grupo com cerca de quinze a vinte pessoas, ocupando seis veículos, ingressaram na Uipa, fazendo-se passar por visitantes do abrigo. Logo o porteiro estranhou o fato de que nenhum dos ocupantes dirigiu-se à recepção, onde deve o visitante apresentar-se, exibir documento pessoal, assinar o livro de visita e permanecer no aguardo de um funcionário para acompanhá-lo.
Quando um sétimo e um oitavo veículo tentaram entrar no local, e os supostos visitantes ainda mantinham-se agrupados no estacionamento, ficou claro que se tratava de alguma investida contra a entidade.
Temendo pela segurança dos animais, o porteiro foi instruído a informar que o abrigo não estava aberto à visitação. A entidade apenas permite o ingresso de grupos formados por, no máximo, três pessoas, sempre acompanhadas de um funcionário, porque a presença de um número maior de pessoas causa alvoroço, que pode levar a atritos fatais entre os cães. Risco de invasão representa risco de morte aos animais.
Revoltados com a notícia de que a entidade não estaria aberta à visitação, os integrantes do grupo passaram a forçar o portão do abrigo, que foi logo saltado por algumas pessoas. Enquanto funcionários eram empurrados e ameaçados, um homem arrombou o cadeado de acesso com o uso de um pé de cabra (referido portão é mantido trancado por ser de uso restrito a funcionários).
Em meio a esse tumulto, afirmaram que dispunham de um mandado, exibindo um simples ofício subscrito por um delegado de polícia, autorizativo de uma visita técnica solicitada pela Comissão de Defesa e Proteção Animal da OAB/SP!
Sangue dos animais foi coletado, sem mandado judicial e contra a expressa ordem da entidade. Um cão ferido no pescoço foi imobilizado, justamente, pelo pescoço, por três pessoas que lhe retiraram o sangue. E sem se comover com os ganidos do animal, sua lesão foi manipulada por um dos invasores!
Um dos invasores portava uma barra de ferro , o que causou pânico entre os clientes da clínica e os interessados em adotar, que, apavorados, deixaram o local. Pela janela, filmaram a veterinária que dava atendimento em um dos consultórios, enquanto os invasores se dissipavam pelo abrigo, adentrando os canis, produzindo fotos e vídeos do local e colhendo sangue dos animais.
Devido ao tumulto, os portões da entidade tiveram que ser fechados, justamente, num Sábado, dia de maior movimento da clínica, quando ocorrem muitas adoções.
Ora, só um mandado judicial poderia autorizar a incursão às instalações da entidade e a coleta de sangue dos animais. Dispunha o grupo apenas de duas opções: exibir o citado ofício na Recepção e aguardar consentimento para ingressar nas instalações, como fazem os agentes que realizam vistorias no local, ou, diante da falta de consentimento, buscar um mandado judicial.
Mas preferiram agir de forma bem diversa.
Em momento algum, apresentaram-se na Recepção, via normal de acesso ao abrigo, para solicitar ingresso para a realização da visita técnica.
Tão logo a Polícia Militar foi acionada pela Uipa, a maioria dos invasores evadiu-se do local, enquanto alguns outros tentaram-se fazer passar por clientes da clínica, restando apenas sete deles, que foram conduzidos ao Distrito Policial e tiveram apreendidos seus celulares, máquinas fotográficas e todo o equipamento para a coleta de sangue dos animais.
Para justificar a posse do material, indevidamente, coletado, uma das invasoras alegou não tratar-se de sangue colhido na Uipa! Ora, e por qual motivo sangue coletado fora da entidade teria sido encontrado dentro de uma caixa de papelão, apreendida no interior do abrigo, sob a posse dos invasores?
Na tentativa de legitimar o rompimento de obstáculo, seguido de invasão, afirmaram aos policiais militares que lá havia crime de maus-tratos, e que não poderiam ser conduzidos ao Distrito Policial sem que uma viatura permanecesse no local, o que foi, imediatamente, negado, ante a ausência de qualquer constatação de maus-tratos!
No Distrito Policial, a líder do grupo declarou ao Delegado de plantão que lá havia crime de maus-tratos, o que foi DESMENTIDO no documento subscrito por aquela autoridade, que fez constar do boletim de ocorrência que “não ocorreu noticiamento por parte dos policiais militares acerca da procedência de tal denunciamento.”
E a autoridade policial ainda acrescentou ao BO: “o ofício que legitimaria a ação por parte dos fiscalizantes dá conta de uma limitação de mandado (…) Claramente, não há franqueamento absoluto de qualquer espécie de diligência, no ofício autorizador firmado pelo delegado de polícia do DPPC.”
Sem argumentos para justificar a invasão, alegaram que a entidade é aberta ao público. Ora, a clínica veterinária é acessível ao público, e não o seu abrigo, cuja visitação prevê regras, que têm em vista a própria segurança dos animais.
Uma funcionária grávida foi agredida quando tentava impedir a invasão ao local onde permanecem os filhotes. Houve ainda a tentativa frustrada de furto de um animal em tratamento na enfermaria.
Segundo o relato de um funcionário, uma das veterinárias invasoras ofereceu-lhe dinheiro em troca de lhe ser indicado um animal, para que ela pudesse lhe coletar o sangue, frisando “que deveria ser um animal com problema, para dar BO para a presidente”.
Todo o rebuliço causado pelos invasores alvoroçou os cães, que mantiveram-se agitados até o início da noite, com necessidade de intervenção de funcionários para apartá-los.
Convém registrar que a Uipa jamais impediu visita técnica alguma, tendo franqueado o acesso às suas instalações por ocasião das TREZE vistorias ali realizadas, no último ano. Mas em momento algum, o tal grupo dirigiu-se à Recepção, via normal de acesso de visitantes, para apresentar-se, optando por agir ilegalmente, uma vez que não dispunham de mandado judicial que legitimasse a incursão.
Houve por parte dos invasores absoluta desconsideração pela integridade física e mental dos animais que, acostumados ao sossego e à quietude daquele abrigo, apavoraram-se com todo o estardalhaço praticado pela entrada forçada na entidade, à custa de arrombamento e agressão a funcionários. E ainda houve coleta forçada de sangue! Essa incursão violenta, com imposição de temor e sofrimento mental aos animais pode caracterizar, justamente, o crime que o referido grupo pretendia imputar à entidade.
Ora, como estranhos se arrogam no direito de coletar sangue de animais, que estão sob a guarda da Uipa?
Quem garante à entidade a idoneidade do material que foi utilizado para a coleta e a qualificação técnica das veterinárias invasoras que a realizaram?
Horas após a invasão, uma das detratoras da entidade postou em seu Facebook que dispunha de fotos e vídeos produzidos na invasão, o que comprova a ligação dos invasores com detratores da entidade. Tal fato, por si só, demonstra que o referido grupo não possui a isenção necessária para realizar visita técnica alguma nas instalações da entidade.
Aliás, uma das invasoras, que mais difama e calunia a Uipa em seu Facebook, foi a primeira a evadir-se com a chegada das viaturas policiais.
Independentemente desse bárbaro episódio que será apurado em inquérito próprio, convém informar que, já vai para mais de ano, que a Uipa tem sido alvo de uma associação criminosa que pratica invasão de domicílio, fraude processual, denunciação caluniosa, difamação, incitação ao crime, injúria, furto de animais, lesão corporal, ameaças de morte, aliciamento de funcionários e até prática de maus-tratos com animais abrigados.
A Uipa está tomando todas as medidas legais cabíveis para que as autoridades procedam à investigação dos que se reuniram para cometer crimes contra a entidade, em uma autêntica associação criminosa.