Em seu primeiro aniversário de morte, a Uipa rende suas homenagens à advogada Rosely Teixeira Orlandi Pita, presidente da Uipa /Guarujá.
Poucos sabem que resultou de sua pesquisa a “descoberta” do Oitavo Informe Técnico da OMS, de 1992, engavetado pelas autoridades sanitárias, por condenar o método de captura seguida de morte de cães e gatos, utilizado pelo Brasil desde 1973, preconizado pelo Sexto Informe.
Indignada, insurgiu-se contra a matança sistemática de cães e gatos, com a qual se conformavam, há décadas, as entidades protetoras.
Com base no Oitavo Informe, a Uipa pôde fundamentar sua tese contra a morte de cães em gatos em Centros de Controle de Zoonoses, fazendo calar não só as autoridades sanitárias patronas da eliminação sistemática, mas também as entidades protetoras, defensoras de seus métodos.
Mas o patrulhamento das ONGs e a resistência dos sanitaristas tiveram que ceder passo aos métodos mais dignos e razoáveis de controle animal propostos pela ativista.
No ano de 2000, o Município do Guarujá foi o primeiro a fazer cessar a matança, seguido de muitos outros, até que a Uipa redigisse a primeira lei estadual paulista, proibitiva da eliminação de cães e gatos saudáveis (Lei nº 12.916/2008).
Seu trabalho em defesa do direito à vida dos animais transcendeu seu Município; suas convicções avançaram pelo país, que hoje não mais consente na aplicação de métodos cruéis de controle animal.
Zelando por seus tutelados, verificava denúncias de maus-tratos de pequenos e grandes animais, socorria os acidentados e abandonados e prestava assistência aos comunitários.
Com discrição, seriedade e firmeza, viveu pelos que não têm voz, nem defesa, nem protesto.
Vítima de câncer, faleceu aos 59 anos.